14 de abril de 2012

Aprendendo Outros Idiomas

Acessibilidade Deficiência Auditiva Implante Coclear Inglês Oralização Terapia de Fala Treino Auditivo
Por Diéfani Favareto Piovezan

Não é novidade pros meus leitores de longa data e amigos, que eu morei nos EUA metade da minha vida, que foi onde eu perdi minha audição completamente. Como muitos sabem, eu tenho neuropatia, então a compreensão das falas e do som, mesmo quando ainda ouvia um pouco, era de uma qualidade absurdamente baixa.

Muitos me perguntam como fiz pra aprender inglês e espanhol, em primeiro lugar, eu já tinha uma base, pois sendo filha de americana e tendo dupla nacionalidade, minha mãe fez questão que eu aprendesse ao menos o básico. Morando no Brasil durante a infancia, era meio que um pé no saco me dedicar a aprender outro idioma, uma vez que eu achava que sendo pequena, era inutil. Também fiz aulas particulares um tempo, mas depois fiquei mais de um ano parada sem estudar.

Quando cheguei nos EUA, minha audição já estava se deteriorando, fui pra escola e lá e os professores inicialmente falavam inglês mais devagar, o que dava a chance de captar melhor a leitura labial. Acabou o ano e trocou os professores, eles não tinham costume comigo e eu não conseguia entender muito bem, por causa da velocidade em que falavam, quando falei que tinha um pouco de dificuldade auditiva, me mandaram pra fazer exames no médico autorizado da escola, que disse que estava tudo bem.

Na época o problema não era ouvir, era compreensão de falas e fonemas. O problema foi na High School (ensino médio) onde eu já não ouvia e o pessoal era impaciente.

Inglês ao contrário do Espanhol não é um idioma muito bem articulado, o que conta na língua inglesa, é o movimento da língua, não dos lábios…se alguém falar a palavra “Love” por exemplo, pode-se muito bem falar bem articulado pra Deus e o mundo compreender, ou pode nem mexer a boca direito, mas se o movimento da língua estiver certo, ela sai perfeita.

Foi com a ajuda de professores extremamente pacientes e prestativos, assim como excelentes amigos e vizinhos, que consegui superar os obstáculos. Todos articulavam bem pra que eu pudesse entender e captar como se falava a palavra, as vezes eu ficava repetindo até eles dizerem “pronuncia está perfeita.”

Para o Espanhol, tive uma professora Argentina, muito prestativa que era a paciência em forma de gente. Ela ficava de frente pra mim e repetia pra eu ler os lábios. Embora hoje eu fale pouco Espanhol, consigo ler os lábios muito bem e por isso consigo conversar pessoalmente sem grandes problemas.

Mas a atenção deve ser dobrada em ambos os idiomas, porque não vale apenas prestar atenção no movimento dos lábios, é preciso ficar atento ao movimento da língua. Se é fácil? Não, mas não é impossível. Eu sugiro aulas com professores particulares, porque assim fica mais fácil ele prestar atenção e ajudar com a pronuncia, numa sala com vários alunos fica difícil fazer isso.

“Ah Diéfani, mas quero fazer em um escola porque recebe certificado.” Vá a uma escola então, mas converse com o professor e os colegas da sala de conversação, honestamente? Seria uma aventura até boa, pois assim você vai se acostumando com diferentes pessoas falando além do professor, e se acostuma também com os diferentes sotaques.

Para os surdos usuários de IC e próteses que ouvem legal, eu sugiro que assistam DVDs com legendas no idioma que quer aprender, isso ajuda MUITO.

Se alguém quiser perguntar algo mais especifico, só deixar comentário com email que respondo no comentário e no email depois.

Beijos a todos 🙂

Deixe seu comentário